Dream a little dream of me
"Com um punhado de areia eu mostrarei o terror a vocês"
Foi com essas palavras que começou uma das melhores histórias do mundo dos quadrinho.
Eu vou tomar um pouco do seu tempo para falar de uma grande obra das Histórias em quadrinhos, Sandman, de Neil Gaiman. Espero que você desfrute desse momento tanto quanto eu desfrutei das obras onde mestre moldador aparece.
Neil Gaiman foi contratado para renovar o herói Sandman dos anos dourados dando uma nova cara para ele deixando só o nome. Em 1988 foi lançado Sandman com selo da Vertigo.
Sonho que também é conhecido como Morpheus, Sandman, Oneiros, Oniromante e Lorde Moldador, entre outros nomes é o governante do Sonhar. Ele é um Pérpetuo – os Perpétuos (the Endless) são manifestações antropomórficas de aspectos comuns a todos os seres vivos: Destino, Morte, Sonho, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio. Os 7 perpétuos não são deuses, mas sim entidades além, responsáveis pelo ordenamento da realidade conhecida. Só sua existência mantém coeso o universo físico e todos os seres vivos.
Façamos uma breve pausa para tecer algumas considerações a respeito dos Perpétuos.(informações retiradas da edição 21 de Sandman)
Destino
Destino é o mais velho dos Perpétuos. No principio, havia a Palavra, e ela foi escrita à mão na primeira página de seu livro antes mesmo de ser pronunciada.
Para olhos mortais, Destino também é o mais alto dos Perpétuos.
Alguns creem que ele seja cego, enquanto outros, talvez mais sabiamente, alegam que tenha viajado além da cegueira e que na verdade não possa ver nada, exceto –enxergar –os finos traçados espirais das galáxias no vazio, observando os intricados padrões da vida em sua jornada através do tempo.
Destino cheira a bilbiotecas empoeiradas à noite.
Ele não deixa pegadas.
Ele não projeta sombra.
Morte
E há Morte.(sem palavras)
Sonho
Sonho dos perpétuos... Este sim é um verdadeiro enigma.
Nesse aspecto (e nós percebemos somente detalhes dos Perpétuos como enxergamos a luz através da minúscula faceta de uma enorme e impecável lapidada pedra preciosa), ele é magro e esguio, com pele tão pálida quanto à neve que cai.
Sonho acumula nomes para si da mesma forma que outros fazem amigos; mas pouquíssimos são os que recebem tal título.
Se existe alguém mais intimo dele esse alguém é sua irmã mais velha Morte, a quem mesmo assim vê muito raramente.
Há muito tempo, ele ouviu que, uma vez a cada cem anos, Morte prova o amargo sabor da mortalidade para melhor compreender sua missão. Esse é o seu preço por ser a divisória de todos os vivos que já se foram e dos que ainda virão.
Sonho pondera sobre tal conto, mas nunca questionou a respeito de sua verdade. Talvez por temer o que ela possa lhe responder.
De todos os Perpétuos, exceto Destino (quem sabe?), ele é o mais consciente e meticuloso na execução de suas responsabilidades.
Quando a conveniência se faz necessária, Sonho projeta uma sombra humana.
Destruição
Sem informações.
Desejo
Desejo possui estatura média. É improvável que qualquer retrato consiga fazer jus a desejo, pois vê–lo seria o mesmo que amá–lo (ou amá–la) – apaixonadamente, dolorosamente, até a exclusão de tudo o mais.
Desejo exala um perfume quase subliminar de pêssego no verão e projeta duas sombras: uma negra e de nintidos contornos; a outra sempre ondulante, como neblina no calor.
Desejo sorri em breves lampejos, da mesma forma que o brilho do sol reluz no gume de uma faca. E há muito, muito mais do gume de uma faca na essência de desejo.
Jamais a (o) possuída (o), sempre o (a) possuidor (a), com pele tão pálida quanto fumaça, e olhos aguçados como vinho. Desejo é tudo o que você sempre quis. Quem quer que seja você. O que quer que seja você .
Desespero
Sua pele é fria e pegajosa. Seus olhos são da cor do céu, naqueles dias cinzas e úmidos que desbotam o significado do mundo. Sua voz via pouco além de um sussurro. E embora ela não tenha odor, sua sombra é almiscarada e pungente, tal qual a pele de uma cobra.
Desespero, Irmã e gêmea de desejo á rainha de seu próprio domínio sombrio. Diz–se que, dispersas pelo reino de Desespero, há uma infinidade de pequenas janelas penduradas no vazio. A cada janela aberta uma cena diferente se revela. Em nosso mundo, a vista é um espelho. Assim, quando você fita seu próprio reflexo e nota os olhos de desespero sobre si, é fácil senti - La agarrando e apertando seu coração.
Muito anos atrás, um certo dogma religiosos que ainda hoje existe no afeganistão declrarou–a uma deusa, proclamada todos , os recintos vazios como seus locais sagrados . A seita cujos membros se denominavam “Os Não–Perdoados “, persistiu por dois anos até que seu último adepto finalmente se suicidou, após ter sobrevivido aos outros membros por quase sete meses.
Desespero diz pouco , mas é paciente.
Delírio
Delírio é a mais jovem dos perpétuos.
Ela cheira a suor, vinho azedo, noites tardio e couro velho.
Seu reino é próximo e pode ser facilmente visitado. As mentes humanas, porém, não foram feitas para compreender seu domínio, e os poucos que viajaram até ele conseguiram relatar apenas fragmentos perdidos.
O poeta Coleridge afirmou tê-la conhecido intimamente, mas o sujeito não passava de um mentiroso inveterado. Portanto, devemos duvidar de cada palavra sua.
Sua aparência, um amontoado de carne idéias vestidas no semblante de carne, é a mais variável de todos os Perpétuos. A forma e o contorno de sua sombra não têm relação com a de nenhum corpo que esteja usando. Ela é tangível como veludo gasto.
Alguns dizem que a grande frustração de Delírio é saber que, apesar de ser mais velha que as estrelas e mais antigas que os deuses ela continua sendo eternamente a mais jovem da família, pois os Perpétuos não medem tempo como nós nem vêem mundos através de olhos mortais.
Um dia, Delírio também já foi Deleite. E, embora isso tenha sido há muito tempo, ainda hoje seus olhos têm matrizes diferentes: um é verde–esmeralda bem vivo salpicado de pontos prateados que se movem incessantemente; o outro é do mesmo azul que esconde sangue dentro de veias mortais.
Quem pode saber o que Delirío através de seus olhos desiguais?
São 75 edições divida em 13 arcos
1. Sandman: Prelúdios e noturnos (01 a 09)
2. Sandman: A casa de bonecas (10 a 16)
3. Sandman: Terra dos sonhos (17 a 20)
4. Sandman: Estação das brumas (21 a 28)
5. Sandman: Espelhos distantes (29 a 31)
6. Sandman: Um jogo de Você (32 a 37)
7. Sandman: Convergência (38 a 40)
8. Sandman: Vidas breves (41 a 49)
9. Sandman: Fim dos mundos (51 a 56)
10. Sandman: Entes queridos (57 a 69)
11. Sandman: Despertar (70 a 73)
12. Sandman: Exílio (74)
13. Sandman: A tempestade (75)
Com uma narrativa fantástica, Neil Gaiman prende e faz sonhar com mundos ligeralmente maravilhosos e aterrorisantes. Aposto que você deve conhecer alguma de suas obras (Sandman , Livros da Mágia,1602 ou os filmes adaptados dos livros como Coraline ou Stardust etc...).
No primeiro arco, Sonho é capturado por um mago chamado Roderick Burgess, em 1916. Ele permaneceu aprisionado numa redoma de vidro durante cerca de setenta anos antes de conseguir se libertar. Nos números seguintes ele retorna ao Sonhar e encontra seu reino em um estado de profunda decadência. Para restaurar o Sonhar, Sonho parte em busca de suas ferramentas – três objetos que contem parte de seu poder. A algibeira estava na posse de uma amiga de John Constantine, o elmo na posse de um demônio e o rubi nas mãos de John Dee, o Doutor Destino.
Espero que tenham gostado do post e se interessado pelo o Hq. Até a próxima e...
SONHEM! Sonhos moldam o mundo. Sonhos recriam o mundo, todas as noites.